Retrato Falado
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Em 1979, durante a abertura política que iria culminar com o fim da ditadura militar no Brasil, um grupo de cartunistas corajosos lançou a revista Contra Ataque. Com três edições lançadas, a série teve um relativo sucesso, mas foi o seu primeiro número, trazendo a história Retrato Falado, de Lor, que ficou na memória. Descrita por Álvaro de Moya e Moacy Cirne como uma história em que a relação arte/política se apresenta de forma lúcida e madura, essa pérola dos quadrinhos nacionais traz um relato cru sobre os anos de chumbo. Relançado pela extinta e saudosa editora Nona Arte, em 2003, o álbum encontrava-se fora de catálogo… até agora.
“Uma das obras mais importantes e densas já feitas no Brasil, foi escrita durante a ditadura e publicada durante a ditadura. Todos deveriam conhecer essa obra prima das HQs nacionais.”
– Cassius Medauar –
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Lí retrato falado há mais de trinta anos, e o forte roteiro combinado com o desenho prático de LOR, repercute até hoje nas minhas lembranças. Mas, antes de ter oportunidade de conhecer a obra citada, eu li uma análise crítica no fanzine Psiu, do mineiro Edgard Guimarães. Aquela análise mexeu tanto que desejei, fortemente, conhecer essa HQ. Conforme Deus, quando se deseja algo tudo favorece para sua realização. Em uma das reuniões da P.A.D.A. Publicações, salvo engano, Marco Marins havia conseguido emprestado com um colega dele Retrato Falado. Eu, rapidamente, tomei a iniciativa de pedir emprestado porque não via hora de lê-la. E o que li realmente foi tudo aquilo que o Edgard descreveu e muito mais. A narrativa, os diálogos, as sequências e os cortes de cena são realmente algo superior nos quadrinhos nacionais. Acredito que é merecedor do Will Eisner Award.
Adquiri meu exemplar com previsão de recebê-lo dia 12/09/24. Vai ser uma releitura feita com muito prazer. Há mais de 20 anos eu tomei conhecimento e li sobre essa HQ. Tê-la, com um acabamento e tratamento de qualidade, será um item muito bem vindo à minha pequeníssima coleção.
Recebi hoje a minha edição de Retrato Falado. Abaixo, meu comentário que publiquei no perfil no Facebook: valcirquadrinhista:
Faz mais de trinta anos que li Retrato Falado, de Lor. Fiquei impressionado com a narrativa, um trabalho autoral (eu afirmaria caso o Brasil tivesse uma indústria de quadrinhos). Conheci a obra através de uma bem escrita crítica feita pelo faneditor Edgard Guimarães na trilogia Psiu. O traço não é refinado. É econômico, mas serve ao propósito de contar uma excelente história, pois é isso que o leitor quer: uma boa história para passar seu tempo. Eu, felizmente, tive a oportunidade de ler essa HQ. O amigo quadrinhista Marco Marins conseguiu emprestado essa HQ, que leu e me emprestou e eu imergi em cada página, palavra, traço, corte, close, narrativa. Sim, aquilo marcou um adolescente ainda com seus 16/17 anos de idade. Que descobria o mundo. Que descobria que as HQs tem uma força de não somente entreter, mas de ensinar. Retratar o mundo sobre uma ótica diferente do que estamos acostumados que nem o Cinema e nem a Televisão ousam tocar. Antes de Joe Sacco, Lor, foi pioneiro em fazer um quadrinho realista, condizente com sua época. Mostrando tudo, secamente, sobre a nossa vida.
Retrato Falado é, sem dúvida alguma, um soco no estômago. Um despertar. E eu vou curtir muito essa releitura.